Denominado Sanatório Clementino Fraga na sua fundação, há 52 anos, a unidade pertencia ao Ministério da Saúde e atuava exclusivamente com o Programa Nacional de Tuberculose. Em 1978, a Universidade Federal da Paraíba assumiu a direção e o hospital passou a se chamar Hospital Universitário Clementino Fraga.
A partir de 1989, o Hospital Clementino Fraga passou à responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde e ganhou o status de unidade referência no tratamento de hanseníase e outras doenças infecto-contagiosas. Atualmente é reconhecido regionalmente no tratamento em tuberculose, hanseníase, DST/HIV/Aids, dengue e hepatites virais.
A diretora geral Adriana Melo Teixeira fez um balanço das atividades desde o início da gestão e ressaltou que o Hospital Clementino Fraga atualmente é referência em novas patologias, como leptospirose, dengue e hepatites virais. “O usuário pode, inclusive, realizar testagem em hepatite B aqui no hospital. É importante ressaltar que no ano que vem, estaremos construindo um bloco cirúrgico com duas salas de cirurgias”.
Atendimento – Nos primeiros dez meses deste ano, o hospital realizou 80.174 atendimentos ambulatoriais e internou 960 pacientes. São disponibilizados profissionais médicos nas especialidades de infectologia (DST/HIV/Aids), pneumologia sanitária, dermatologia sanitária, pediatria, cardiologia, endocrinologia, psiquiatria, neurologista, neurocirurgia, cirurgia plástica, cirurgia vascular, gastroenterologia, angiologia, hepatologia, ondontólogia, nefrologia, urologia, proctologia, otorrinolaringologia, clínica geral, ginecologia e homeopatia.
Para atender a essa demanda, o Hospital conta com uma estrutura física e com uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, entre outros profissionais que atuam de forma que o usuário do serviço se sinta acolhido. “A missão da unidade é prestar um serviço especializado, de qualidade e humanizado, em benefício de todas as pessoas que são acometidas de doenças infecto-contagiosas”, afirma a diretora geral, Adriana Melo Teixeira.
Segundo o Núcleo de Epidemiologia, no período de janeiro a setembro deste ano, o hospital registrou 1.857 notificações de casos de tuberculose, hanseníase, DST/HIV/Aids, dengue e hepatites virais. No mesmo período do ano passado, foram 1.427 de casos.
Outros Serviços – Além do atendimento ambulatorial e das internações o Clementino Fraga coloca à disposição da população um centro de diagnóstico por imagem, com capacidades para realiza tomografia, ultrasonografia, endoscopia e raios-x. O hospital também dispõe de laboratório onde são realizados vários exames, entre eles a testagem rápida de HIV e a testagem de hepatite B.
O ambulatorial realiza o serviço Hospital Dia (HD), que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos portadores de HIV/Aids que necessitem de intervenções em ambientes hospitalares, que possam ser efetuados em um período de tempo limitado (2 a 8 horas).
Outro serviço é a Assistência Domiciliar Terapêutica (ADT), que consiste na assistência hospitalar a portadores de HIV/Aids dentro do princípio da “desospitalização”, em que uma equipe multidisciplinar acompanhará o tratamento do paciente em sua residência.
Ações sociais – O Hospital Clementino Fraga, em parceria com algumas ONGs, entre elas o Grupo de Autoajuda em Hanseníase, promove encontros com os pacientes, familiares, profissionais de saúde e membros da sociedade em geral.
Há no hospital uma brinquedoteca destinada a atividades lúdicas e de diversão para crianças. Para os médicos, esse espaço auxilia no trabalho com crianças soropositivas porque facilita o tratamento daquelas com dificuldade de comportamento.
Novos projetos – Ainda este ano o hospital vai inaugurar uma Oficina de Calçados com o objetivo de confeccionar calçados, palmilhas e outros acessórios destinados aos pacientes portadores de hanseníase, que perderam a sensibilidade nos membros em virtude da doença.
Também haverá uma academia para atender os pacientes de HIV/Aids que estão em tratamento de lipodistrofia, a distribuição anormal de gordura no corpo, que leva o paciente a desenvolver resistência à insulina, diabetes e altos níveis de triglicerídeos.
Outro projeto implantado é o Clementino Sorridente, que consiste na criação de um laboratório de próteses dentárias e na contratação de dois profissionais que atuarão na confecção de próteses para os usuários do hospital.